Caçador de Mentes

O preconceituoso, homofóbico, racista ou machista que se acha “dono” do cônjuge cria um discurso com base no ódio. Não se pauta em caráter ou honestidade, muito menos em solidariedade ou empatia. Em geral usa violência, seja física ou moral.

Mindhunter é um relato do trabalho investigativo da Unidade de Ciência Comportamental do FBI e proporciona um vislumbre de perfis de assassinos em série. Destaquei um parágrafo que vale como reflexão. Me preocupo com a violência, como tantos, e os grupos de ódio parecem sempre prontos a colocá-la em prática.

É um perfil que se mostrou preciso: “Eu conseguia imaginar esse indivíduo se juntando a grupos de ódio, ou até mesmo a grupos com objetivos ou valores positivos, como uma igreja, e se convencendo que estava contribuindo com eles. Por isso conseguia imaginá-lo se juntando ao Exército, de onde, no entanto, teria sido rapidamente dispensado por motivos psicológicos ou por não conseguir se adequar à vida militar. Ele seria um indivíduo racional e organizado, e seu delirante sistema preconceituoso seria ordenado e “lógico”. ” (DOUGLAS, J.; OLSHAKER, M. Mindhunter: O primeiro caçador de serial killers americano.  RJ: Intrínseca, 2017. p. 247).   Grifo meu: Vale lembrar que nem toda pessoa psicopata é criminosa, mas preconceituosos são violentos até pelas palavras.

Douglas ainda adverte que não há problema em aumentar o número de policiais ou presídios, mas que para reduzir a criminalidade é preciso que a violência dentro de casa, na casa dos vizinhos ou amigos também não seja tolerada, pois acredita que seja uma questão moral. (p. 372)

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