Charge: A professora e os assaltantes

Sinovaldo – Jornal NH 02/12/2011

Sou uma fã incondicional do trabalho de chargistas, enquanto existirem esses profissionais, que conseguem sintetizar em um único quadrinho, crítico, porém bem humorado, um fato relativo a uma determinada demanda, qualquer que seja sua área, haverá esperança de um mundo melhor.

Eu, ao contrário desses maravilhosos sintetizadores de ideias, percebo numa ideia uma série de possibilidades que vão se interligando, causando um  brainstorming, não raro acrescentando ao assunto principal outros tantos que fica difícil sintetizar. Portanto, minha total e irrestrita admiração por chargista está explicada.

Poderia publicar a charge do  Sinovaldo – Jornal NH -01/12/11 – com autorização do autor – colocando simplesmente como texto “Sem palavras” e estaria exercitando meu poder de síntese, mas o fluxo de ideias foi irresistível.

A frase que desencadeou a tempestade cerebral é de Santo Agostinho:  “Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer”. Contextualizada, ganhou nova roupagem, mas contribuiu para gerar um texto bem diverso do pretendido inicialmente.

Qual a relação com a charge? Um minuto de paciência, já chego lá. Infelizmente não tenho o dom de síntese dos chargistas.

A frase que vinha a memória era “enquanto houver vida, há esperança”,  queria saber a quem atribuí-la, fui pesquisar e encontrei a frase de Santo Agostinho, que ensinou gramática e retórica no século III.  Desiludido pelo comportamento indisciplinado dos alunos em Cartago, em 383, mudou-se para estabelecer uma escola em Roma,  onde ele acreditava que os melhores e mais brilhantes retóricos ensinaram. No entanto, Agostinho ficou desapontado com as escolas romanas, que ele encontrou apática. Quando chegou o momento para os seus alunos para pagar os seus honorários eles simplesmente fugiram. Toda essa informação foi retirada da Wikipédia, protetora dos desinformados.

Os professores contam com São João Batista de La Salle protetor e padroeiro, Santa Teresa D’Ávila e Santa Úrsula para quem podem dirigir seus apelos e agradecimentos, porém, ninguém melhor que Santo Agostinho para entender as dificuldades da profissão, como tão bem ilustra a charge acima.

A situação da educação de maneira geral e dos professores em particular tem possibilitado uma profícua variedade de charges sobre o tema, que se reunidas, dariam uma exposição fenomenal.

Não é de hoje que a situação dos professores é complexa e a charge, por si só, traduz bem a desvalorização do professor.

Valei-me Santo Agostinho!